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segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Vamos juntos, se não quiserem ...

Se me mandarem calar... eu rio
Não tenho tempo de ficar mudo
O silêncio se perdeu num grito
Um grito que vai até ao infinito

Grito a bandeira cor de esperança
Grito nos campos, nos prados, nas ruas
Grito: LIBERDADE, deixem-me falar
Soltei os grilhões, agora posso sonhar

Posso andar por qualquer caminho
Calcar as marcas dos pés nesse chão
Ninguém agora me diz quem eu sou
Sou um negro livre, caminhando eu vou

Sim, vim lá da senzala dura e fria
Onde o grito do negro na noite corria
Como fosse um canto de mágoa e dor
Mas agora sou livre, não tenho senhor

Não me digam onde ir ou o que fazer
Carta de alforria, já agora não preciso
Sou livre, e ao mundo posso gritar:
Vim da senzala e meu grito vão escutar

Não quero favores, isso é para os fracos
Sou negro mas o sangue só tem uma cor
Que herege diz que tem sangue azul?
Um pobre coitado nem merece meu rancor

Ouvi-me senhores, orgulhosos doutores.
Brancos de olhos azuis, senhores ouvi-me,
Aqui estão as mãos de um negro sem cor
Apenas alma, querem vir, cheguem, por favor

Mas se virarem as costas, podem... podem ir
Talvez até estejamos indo pela mesma estrada
Muitos outros me darão as mãos e iremos juntos
Aos soberbos digo: Pra mim, vocês não são nada.

José João
21/08/2.023
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