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quarta-feira, 30 de março de 2011

Ladainhas





Ao canto das ladainhas os pedidos
Saem em profusão procurando Deus,
As orações rezadas, se rezadas
São trocadas por promessas
Numa barganha incoerente e vil.
Outros em seu louvor gritam hinos
Inundando o mundo com orações vãs
Como se Deus fosse um de nós
Como se Deus não ouvisse os pensamentos.
Joelhos cortados, rasgados, feridos,
Por que isso "trocaram" com Deus, em um carro,
Em uma casa, em um bom emprego,
Com um casamento que dura até...
Qualquer dia quando se cansarem um do outro,
Ou até amanhã com a tal incompatibilidade.
Quantos cantos são criados de louvor...
Aos DVD's, e ao jesus pop star?
Aquele jesus atletico de cabelos loiros,
Encarolados, olhos verdes e sensuais.
Aí os loucos perguntam: Deus onde estás?
Aí os loucos pedem em silêncio:
Deus ouvi as minhas preces. Rezam calados
Como se fosse um segredo, seus segredos
Que estão contando a Deus.
Quantas orações verdadeiras foram esquecidas?
E quantas agora são inventadas e cantadas
Como se orar fosse apenas brincar
De fazer Deus um ouvinte.


José João

sexta-feira, 25 de março de 2011

Minha loucura





Minha loucura é lúcida e verdadeira
Bem mais verdadeira que minha lucidez,
Na minha loucura sou eu mesmo
Com todos os meus tantos defeitos
Sem esconder nenhum,
Na minha lucidez, minto quem sou
Como todos mentimos,
Finjo quem sou como todos fingimos.
Na minha loucura
Vejo os homens... vis predadores,
Na minha lucidez os vejo santos.
Na minha loucura
Ouço o grito desesparado dos famintos,
Divído com as mães, as lágrimas
Pelos filhos mortos precocemente.
Na minha loucura o sol não nasce no leste
Nem se põe no oeste,
O sol nasceu apenas uma vez,
Na minha loucura
Os rios precisam ficar vivos, correntes,
Livres, buscando o mar,
Na minha loucura
Deus está bem aí... e ainda triste
Por que a cada dia damos
Uma morte mais cruel para seu filho.
Na minha loucura meu nome é meu nome.
Na minha lucidez
Acho que Deus não está nem aí pra nós.
Que os rios se danem
As águas de hoje não são as mesmas
Com que ele passou ontem. Tem muita água.
Na minha lucidez
Que chorem sozinhos suas lágrimas,
Na minha lucidez
Sou apenas um número descartável,
Uma estatística inviavel.
Na minha lucidez
Sou aquele vaidoso imbecil
Que  acha que o universo é só nosso.
Eu? Sou louco sim.


José João

quarta-feira, 23 de março de 2011

O que é nascer?





Suguei o ventre da alma
Para sentir o gosto de nascer,
Cuspi nas entranhas do gôzo
De uma cópula indecente.
Sem gosto. sem pudor, decadente.
Rasguei o útero do tempo
Como se fosse um papel esquálido
Perdido na sarjeta da rua,
Urinado por fantasmas amorfos
Perdidos em caretas sem cor e sem nexo.
Gritei um choro disforme, patético,
Sem saber a razão, sem saber o porquê.
Me inundei de vis impurezas,
Blasfêmias e injúrias caóticas, ouvidas,
Sentidas, vivídas em pedaços perdidos
Do tempo, como se os momentos
Fossem pedaços de panos rotos
Em que tentavam aquecer um corpo,
E um pensamento se perdia em algum lugar.
Lá no fundo, lá onde não se sabe se existe,
Mas, um dia, me percebi, me vi
No nascer da criança que não conhecia,
No contorcer da mulher que paría
Sentindo a dor lhe lhe rasgar o corpo,
E ainda assim não vi o gosto de nascer
Embora saiba o gosto de viver. Viver!!!!


José João

Grande Caligula, tudo bem?

         

     Grande imperador Calígula,  podemos " bater um papinho legal"? Sem essa de imperador tá? Assim  me sinto mais a vontade pra falar, posso? Ah! Obrigado, cara conversando é que a gente se entende,  na  terra, tua imagem  não é lá muita coisa, apesar de você fazer parte da história do mundo, já
 que na época em que você foi imperador, Roma era o centro do mundo, dizem que você era ruim pra cacete,  mas parece ser gente boa ,talvez tenha sido os ares divinos né?
               Caligula, aí onde você está se ouve falar do Brasil? Como?  Ei, cara, espera aí, onde você aprendeu tanto nome feio? E depois, cara só te perguntei se aí falam do Brasil?! Não precisa essa zorra toda, afinal perguntei isso, por haver certa similaridade entre teu governo e.. sim estou ouvindo, fala, cara ninguém quer tomar teu pioneirismo, afinal aqui no Brasil nem tem imperador, até que tem um mas é outra história... não precisa ficar gritando, cara eu falei em similaridade entre governos e tu...como? Você quer dizer que como aqui não tem imperador não pode haver semelhança entre governos? Espera aí  Calígula, aí não tem transmissão da terra? Tem né, e você não assiste? Assiste né? Você ainda gosta de politica? Adora! Você não  assiste os programas da esmissora do congresso braileiro? Assiste, então meu, ainda não captou a mensagem? Não né? É que aqui tem senadores também, tem deputados federais que formam o congresso...e o que tem você a ver com isso? Calígula você não tinha um amigão no congresso? Que só votava em ti? Se lembra? Ah! exatamente, ele tinha dezoito assessores, extremamente fiéis às tuas ordens...como sei de tudo isso? Eu estudo, cara, como é que é? Aí você está me ofendendo, O congresso desse país é.. o quê? Você está dizendo que jamais permitiria que incitatus fosse senador aqui? Como? Escrever o nome dele com letra maiúscula? Mas ele era apenas um cavalo. Tá bem era um senador mas era apenas um cavalo... se sei a diferença dele para os daqui? Não tem diferença, todos tem quatro patas, relincham e...ah! não é a diferença entre os cavalos? É a diferença entre o Incitatus senador e os senadores? Poxa, cara tem muita diferença, o Incitatus... Não precisa gritar, sei que ele era senador... ah! você quer saber a diferença de senador para senador... O Incitatus era mais inteligente? Mais honesto,? Bem, mais honesto, até pode ser  mas, mais inteligente? Não sei... como? Ele tinha apenas dezoito assessores e os pagava bem, não os enganava ... mais honesto é obvio, mas apenas por que não usava meias nem cuecas... o quê? Tá bem ele não faria isso nem que usasse?  É, você está dizendo, o quê? Que o Incitatus votava em todos os teus projetos por que ele gostava de você e queria o bem do povo?  Que nossos senadores... não vou dizer isso não cara, isso dá cadeia... agrado,  um agradinho, sei não,  quê? Á o Incitatus te carregava e os daqui é o povo que os carrega? Porra, cara aqui não tem nenhum Incitatus o quê?  O Incitatus se sentiria ofendido se fizesse parte desse congresso? Olha aí seu filh...desligou! Que sacana, cara!

José João

segunda-feira, 21 de março de 2011

Além da razão





Vou muito além
Que os limites de qualquer razão.
Vou além dos conhecimentos e das fronteiras,
Sou único por ser tantos.
Sou minhas dúvidas e conflitos.
Sou testemunha das minhas mortes,
Dos meus renascimentos e transformações.
Fui além do desconhecido para buscar,
Me confundi comigo mesmo quando me vi,
Chorei por mim quando rudemente,
E tantas vezes me atiraram
Num mundo primitivo cheio de limitações,
Me puseram num corpo ridículo e pobre,
Cheio de vicíos e deformidades.
Algumas vezes macho, outras fêmea.
Algumas vezes tudo, outras nada,
Me confundo no que fui e no que sou,
Não raro me sinto longe
Não de um mundo, mas quem sabe de um céu?
Outras vezes tão pouco, por tão pequeno
Que me sinto daqui, desse universo perdido,
Desse mundo primário que esconde os medos,
Fraquezas e covardias artrás de deuses
Criados pelo temor do que desconhecem.
Sou uma mistura da elite transcendente
Com uma plebe de rudimentar existência
Por isso minhas mutações
Entre alma e corpo. ou entre nada e alma.


José João

Ela me falou assim





Não sei qual é meu sexo,
Não sou  forte nem fraca
Sou um simples expoente
Como homem,  mulher  ou criança.
Sou a continuação do desconhecido
Que se perde a cada pensamento,
Em cada busca,
Em cada pergunta sem resposta,
Em cada angustia de não saber.
Talvez eu seja o meio da vida
Se é que a vida tem
Começo, meio e fim.
Dentro de mim a vontade dorme
E se confunde, sou fruto e sou árvore.
Sou desejo, sou anseios, sou até sonhos
Poderia até ser o prêmio
De qualquer idiota,
Não me guardo, nem me entrego
Apenas procuro, sou mulher.


José João

Se eu fosse mulher pensaria assim





Entre minhas pernas, com certeza.
Tem o sonho de muitos imbecis.
Em meu pensamento, com certeza
Tem o sonho de ainda ser feliz


Não me abstenho de pensar, fazer
Não me abstenho de ter, de ser
Quero apenas que tudo não acabe
Como se fosse nada, nenhum acontecer


Sou mulher como seria qualquer um
Sonho a ser sonhado ao querer,
Sou mulher como seria qualquer uma
Na vontade de ceder, ser ou não ser


Não calo no peito a vontade de amar
Não calo no corpo a vontade de sentir
Mas não qualquer sentido, que incontido
Me faça ser mais uma no existir


Refletir meus anseios e vontades, e só!?
Não é amar, dar, ser,  existir e viver
Ser criatura apenas por criar, e  só!?
É,  entre abrir as pernas e gozar, não ser


José João

Minha senhora





Se brigamos e me chamas
De prostituta, puta ou vadia,
Se me chamas de devassa, vagabunda,
É o momeneto, não sei se estamos brigando,
É assim que me chamas na cama,
É assim que me excitas,
É assim que sei ser tua.
Se brigamos não sei se me insultas.
Anda, me chama de sem vergonha,
Mas invade meu ventre
Como se fosse teu mundo de liberdade,
De prazer constante e continuo,
De prazer absoluto do corpo
Que chega até a alma, como se ela
Estivesse escondida em meu ventre,
Me insulta, diz palavras obcenas,
Lambe meus ouvidos,
Esquece que sou senhora,
Não estamos na sala nem temos visita
Sou tua puta.
Me bate com aquelas flores
Que me mandaste ontem,
Com aquelas orquideas
Que disseste parecer comigo.
Esfrega meu corpo com aqueles jasmins
Que roubaste da vizinha e me deste
Me dizendo: Ti amo. Depois me lambe toda.
Vê se nos jasmins tu encontras
O gosto de meu corpo
Tuas flores me excitam.
Teus insultos não são insultos.
São carinhos para o momento,
Aqueles chocolates que me mandaste
São afrodisiacos pareciam ter o cheiro
De teu corpo, desembulha-los
Foi como se estivesse ti despindo,
Suga-los foi como se estivesse
Chupando teus lábios.
Senti neles o gosto de teu  corpo,
De tua parte mais intima.
Teus grandes presentes me assustam.
Teus pequenos presentes por serem mais valiosos
Preparam minha alma
Para ser tua vadia, tua vagabunda,
Me desarma de pudor e me aumenta o prazer
De me sentir invadida, possuida, preenchida.
Tu sabes me fazer fêmea,
 Me fazer a pior das prostitutas
E depois me tratas como senhora,
Por isso meu homem, meu cumplice, meu macho
Tu me completas, somos completos.


José João

A mulher





Ah! Mulher que ti vi criança
Com um sorriso aberto
Talvez incerto por ser botão.
Ah! mulher que ti vi criança
Como folha verde longe do chão,
Como infinito por tão longe estar.
Pequena estrela, talvez rebelde
Que sonhava ao mundo poder brilhar.
Ah! Mulher que ti vi criança
Brincando ao tempo, cabelo em trança
Começando a dança de ser mulher.
Quanto tempo passou, não sei,
A criança eu procurei
Perdida ao longe ou talvez tão perto
Foi a mulher que eu encontrei.
Ah! Mulher que ti vejo mulher
Como fruta madura ao alcance da mão
Como sonho a ser sonhado
Por si deixar alcançar.
Ah! Estrela que consciente
Sabe ao mundo poder brilhar.
Ah! Mulher que ti vejo mulher
Brincando ao tempo de enfeitiçar
Cabelo solto começando a dança
De conquistar, de ser mulher,
De ser mulher de saber amar.
Quanto tempo passou não sei
E a criança que procurei
Não se perdeu está mais bela
Dentro da mulher que encontrei.


José João

Teu corpo





Quero sorver cada gota de suor
Que desliza em teu corpo como se fossem
Pedaços de cristais brilhantes
Caminhando para o sol que teu ventre guarda.
Quero percorrer os caminhos do teu corpo
Como se fossem estradas que levam aos sonhos,
Sonhos coloridos de vida e prazer.
Quero me guardar dentro de tua alma
E dela ti tomar toda, sentir teus sentidos,
Ou teus gemidos
Me confundir entre pedir e tomar.
Quero sugar teus seios ardentes e quentes
Como se fossem estrelas ponteagudas deitadas
Comodamente na mulher desejando as caricias
De um raio de luar ousado ou carente,
E com beijos como se fossem o eco do pensamento
Passear ávido entre desejos e coxas,
Entre lábios e frontes, entre seios e olhar.
Percorrer pedaços infinitos de prazer
Ou de mulher, convidar a inocência do pudor
A se perder entre espasmos e convulsões,
Em palavras indecentes que tão inocentes
São sussurradas em carinhos tão elouquentes
Que o tempo pára para ouvir ou repetir.
Ser o grito silencioso de um prazer incontido
Explodindo no espaço do teu mais intimo universo
E preenche-lo todo com a saliva da vontade
Ou do homem, como se fosse orvalho
Fecundando a flor
Altiva e passiva ao mesmo tempo,
Me conduzir em passarelas coloridas
Entre seios e ventre, ou até entre coxas,
Entre braços e abraços ou entre corpo e alma.
Quero tomar e ser tomado como menino ou homem,
Conduzir ou ser conduzido, não importa
Basta que apenas seja teu. Me toma
E me atira dentro de ti
Como se eu fosse tua posse.


José João

Quero tua nudez





Quero percorrer teu corpo,
Descobrir teus segrêdos,
Entrar em tua alma,
Sugar teu ventre, quente,
Ardente, com gosto de mulher.
Quero despertar teus sentidos,
Ouvir teus gemidos, delirios,
Com caricias ousadas
Mãos atrevidas, sedentas.
Vestir tua nudez
Com um olhar tão carente
Que se faz inocente por tanto querer.
Quero me perder entre colchas
Ou na flor entre as coxas
Sentindo o perfume
Como se fosse um queixume
Por querer se entregar.
Quero me deitar no cansaço
Do teu corpo desnudo, suado
Mas ainda ardente
Por não estar saciado.
Quero me confundir com teu jeito
Sem ter preconceito e rir do pudor,
Perguntar pelo homem ou pela mulher
Num amor que sem sexo,
Por tanta fusão
Confundem o concavo e convexo.
Ouvir ou dizer palavras obscenas
Com tanta ternura que a própria loucura
Em sã consciencia se faz de razão,
Quero sentir teu olhar
Traduzir o desejo de me possuir
E tuas mão em meu corpo correndo
Meus tantos segrêdos assim descobrir


José João
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