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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O retrato





O retrato ainda está ali pendurado no tempo,
Um sorriso enigmático, olhos abertos,
Perdidos ao longe olhando não sei o que.
Talvez querendo olhar os anos passados,
Ou querendo lembrar momentos que se foram,
Que se perderam, que não voltam.
O retrato ainda está ali pendurado na sala
Com aquele mesmo vestido listado
Agora já bem mais velho e bem mais surrado.
O sorriso ainda é o mesmo, há quanto perdido
Aquele sorriso do "xiss" que não faz nunca sentido.
A casa do fundo do velho retrato no tempo colado
Foi demolida, as historias de vidas foram perdidas
Não foram mostradas nem ao menos escritas.
Esses retratos que fazem o tempo parar,
Nos rostos, nos sorrisos amarelos sem nenhum falar,
Esses retratos mostrando olhares no tempo perdidos
De donos que  esse mesmo tempo os fez esquecidos,
Esses retratos já amarelados em álbuns adormecidos
Cujos donos, quem sabe,  já tenham até morrido,
Me fazem ser um contumaz anônimo desconhecido.


José João

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