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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O rei mendigo





Sou rei sem nome e até confesso
Um sobrenome que nunca ouvi
Sou um rei que não tem rastros
Se os tive um dia, nunca os vi


Sou um rei que na esquina pede
Um olhar que seja de piedade até
Que estende a mão e baixinho ora
Uma oração sem nenhuma fé


Sou um rei mendigo que se sentou
Numa estrada onde ninguém passou
E os soluços dele só ele escutou


Sou o rei que grita em atroz silêncio
A tristeza triste que a solidão deixou
Para o mendigo dos reis que eu sou


José João

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