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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Coitados dos homens


Os abutres sobrevoam o homem
Como se fossem seus inimigos.
Os ratos desafiam o homem, 
Como se fossem seus iguais...
O lógico se tornou irracional e o valores
Se inverteram. Coitado dos humanos!
Os olhos, que antes, janelas da alma,
São hoje, túneis escuros, buracos infindos
Por não haver esperança. Sentimentos mortos,
Corações de pedra, razões de morte.
Lutem. Lutem. Gritam os homens esquálidos,
Esqueléticos, para os filhos moribundos...
Lutem (lágrimas) não morram (prantos convulsivos)
Que luta desigual! O homem contra a fome...
...E a morte... contra a pobreza e a sorte.
Mulheres de peitos flácidos amamentando crianças
Perebentas, ante o olhar de ódio, de desespero,
Do homem que não tem.
Morram, Morram. Gritam em ações funestas,
Silenciosas, irônicas, perversas e sarcásticas
Os senhores da sorte, os patronos da fome,
Os benfeitores da miséria e da morte.
E ainda mandam: Engomem minha camisa de seda,
Meu paletó inglês, engraxem meu sapato e,
- cuidado é couro de crocodilo - 
Hoje vou de Porsche. Cheiro de whisky escocês,
Passam pela plataforma do lixo, olham, sorriem,
E dizem: Coitados... e seguem para o circo
Onde são, sem saber, os verdadeiros palhaços.
Matem os cães. Eles são violentos
Mas os homens que os criam  são inocentes!!!!
Proíbam a venda de armas - elas matam -
Mas não proíbem a produção da fome...
Que também mata e talvez até mais cruelmente
E nem choram a morte da criança, que se sabe,
Só vai morrer amanhã, embora já estivesse morta
Ainda no ventre da mãe, apenas uma questão de data.
As crianças, dizem, são o futuro. Quais crianças?
Os filhos do homem do lixo? 
Ou aquelas do colégio rico? Aquelas que dizem:
É a cara do pai. Mas só a cara?
Coitados do homens. Dos homens...
Não desses frajolas internados em suas mansões
Com cuecas de seda,  pantufas bordadas
Que ainda mijam no ventre das mães.



José João

19/11/2.012




Um comentário:

  1. Nossa... tão cruel isso, mas totalmente verdadeiro.
    "Coitados do homens. Dos homens...
    Não desses frajolas internados em suas mansões
    Com cuecas de seda, pantufas bordadas
    Que ainda mijam no ventre das mães." Desse... tenho pena! Bjus... maravilhoso!

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