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sexta-feira, 25 de março de 2011

Minha loucura





Minha loucura é lúcida e verdadeira
Bem mais verdadeira que minha lucidez,
Na minha loucura sou eu mesmo
Com todos os meus tantos defeitos
Sem esconder nenhum,
Na minha lucidez, minto quem sou
Como todos mentimos,
Finjo quem sou como todos fingimos.
Na minha loucura
Vejo os homens... vis predadores,
Na minha lucidez os vejo santos.
Na minha loucura
Ouço o grito desesparado dos famintos,
Divído com as mães, as lágrimas
Pelos filhos mortos precocemente.
Na minha loucura o sol não nasce no leste
Nem se põe no oeste,
O sol nasceu apenas uma vez,
Na minha loucura
Os rios precisam ficar vivos, correntes,
Livres, buscando o mar,
Na minha loucura
Deus está bem aí... e ainda triste
Por que a cada dia damos
Uma morte mais cruel para seu filho.
Na minha loucura meu nome é meu nome.
Na minha lucidez
Acho que Deus não está nem aí pra nós.
Que os rios se danem
As águas de hoje não são as mesmas
Com que ele passou ontem. Tem muita água.
Na minha lucidez
Que chorem sozinhos suas lágrimas,
Na minha lucidez
Sou apenas um número descartável,
Uma estatística inviavel.
Na minha lucidez
Sou aquele vaidoso imbecil
Que  acha que o universo é só nosso.
Eu? Sou louco sim.


José João

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