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segunda-feira, 21 de março de 2011

Minha senhora





Se brigamos e me chamas
De prostituta, puta ou vadia,
Se me chamas de devassa, vagabunda,
É o momeneto, não sei se estamos brigando,
É assim que me chamas na cama,
É assim que me excitas,
É assim que sei ser tua.
Se brigamos não sei se me insultas.
Anda, me chama de sem vergonha,
Mas invade meu ventre
Como se fosse teu mundo de liberdade,
De prazer constante e continuo,
De prazer absoluto do corpo
Que chega até a alma, como se ela
Estivesse escondida em meu ventre,
Me insulta, diz palavras obcenas,
Lambe meus ouvidos,
Esquece que sou senhora,
Não estamos na sala nem temos visita
Sou tua puta.
Me bate com aquelas flores
Que me mandaste ontem,
Com aquelas orquideas
Que disseste parecer comigo.
Esfrega meu corpo com aqueles jasmins
Que roubaste da vizinha e me deste
Me dizendo: Ti amo. Depois me lambe toda.
Vê se nos jasmins tu encontras
O gosto de meu corpo
Tuas flores me excitam.
Teus insultos não são insultos.
São carinhos para o momento,
Aqueles chocolates que me mandaste
São afrodisiacos pareciam ter o cheiro
De teu corpo, desembulha-los
Foi como se estivesse ti despindo,
Suga-los foi como se estivesse
Chupando teus lábios.
Senti neles o gosto de teu  corpo,
De tua parte mais intima.
Teus grandes presentes me assustam.
Teus pequenos presentes por serem mais valiosos
Preparam minha alma
Para ser tua vadia, tua vagabunda,
Me desarma de pudor e me aumenta o prazer
De me sentir invadida, possuida, preenchida.
Tu sabes me fazer fêmea,
 Me fazer a pior das prostitutas
E depois me tratas como senhora,
Por isso meu homem, meu cumplice, meu macho
Tu me completas, somos completos.


José João

Um comentário:

  1. Te juro, nunca li nada parecido... Estou sem palavras para expressar o que senti enquanto lia tão erótica poesia. João vc é sensacional!

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