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terça-feira, 15 de maio de 2012

Os mortos vivos


Entre ratos e urubus, no lixo, um homem,
Que sonhou um dia ser homem, ser gente,
Entre cachorros e vermes, no lixo, um criança
Que sonha um dia ser grande, ser gente.
Na selva de pedra, com longos dedos,
Apontando o céu como afronta, grandes prédios.
Na sarjeta, na lama da rua, uma criança de alma nua,
Vestida de trapos, farrapos, pede um sonho:
Um pedaço de pão apenas.
São invisíveis, existem na teimosia de não morrer
Se prendem no desespero de viver.
Mesmo  já estando mortos? Apenas não sabem ainda.
São sombras que nenhum corpo projetou.
São histórias que nenhum livro contou.
São vidas perdidas num vazio,.
Num vazio amorfo de fantasmas dementes,
Perdidos entres blocos de desprezo e solidão
Calados no silêncio de suas almas
Como se falar fosse blasfemar, fosse pecar.
Orações, se um dia aprenderam rezar
Hoje são ladainhas mortas, esquecidas no tempo
Como histórias que ninguém mais quis contar.
Assim ficam ao sabor do nada, essas almas
Que por clemência, ou castigo. Quem pode saber
Ainda insistem em , mesmo mortos, viver.




José João

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