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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Choro também



Choro como choram as cordilheiras,
Como choram os alpes, com suas lágrimas
Dolirídass do gelo derretido,
Que desliza entre as entranhas da montanha
Como se fosse sangue, um sangue branco,
Triste, imaculado,
Choro, como choram as geleiras
Que perderam o brilho de diamante
No reflexo do sol que se fez carrasco.
Choro como choram as florestas.
No suspiro suplicante das árvores
Levado a esmo pelo vento.
Choro pelo mar que se afoga
Em suas próprias águas, vindas do gelo
Que se quebra como se fosse pesadelo.
Choro como choram a crianças
Tristes, famintas, heroinas notáveis
Que apesar da fome insistem em viver.
Choro por todos eles, os inocentes
Que sucumbem lenta e friamente
Sob o olhar impiedoso do homem
Que como carrasco do mundo
Um dia será sei próprio verdugo.


José João

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