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domingo, 18 de março de 2012

É preciso gritar!



As palavras saem risonhas, maliciosas
Emprenhando ouvidos inocentes
Com promessas descabidas e vãs,
Levantam-se as mãos espalmadas
como juramento solene em palavras
Fluentes de orações mercenárias,
Estendidas, esquecidas e não cobradas.
Perda de tempo, jamais serão pagas.
Sentam-se em confortáveis poltronas.
Sultões do poder, do não fazer,
do barganhar. Sultões do não ser,
Brincam de leis, brincam de povo.
Constituem sem constituir o que
deveria ser constituído, e se dizem
constituintes, se nem ao menos
São constituintes. E jamais inadimplentes.
Não compram, ganham.
Não fazem, mandam.
Pensamentos doentes, vontades dormentes,
Comportamento indecente.
Marajás, moral decadente.
O povo só luta, o povo só, luta também,
mas cai, chora, só-luça, morre, quase ninguém.
Não canto, não choro, só vivo.
Como tantos outros, só vivo.
Se pode lutar, por isso querem matar,
Tirando a honra de quem 
não tem onde trabalhar.
Quem dera falte ao homem força,
pra não poder aplaudir.
Quem dera sobre  ao povo força,
pra poder não ouvir e ser o poder.
A inercia tomou conta de todos.
O calar é ser um sábio morto.
Mas o falar e não ser ouvido,
é ser morto também. Todos estão mortos,
mudos, se movem como zumbis.
Obedecemos como fantoches.
O silêncio nem sempre é inteligente,
Como nem sempre o gritar é heroísmo.
Como nem sempre o chorar é covardia.
É melhor errar fazendo, que não tentar fazer.
Mas se ao tentar fazer, o povo explode, 
alguns serão heróis, então é melhor não votar.
É melhor não voltar, é melhor soltar...
Soltar a voz e gritar: FORA!

José João




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